Apitos, faixas e todos clamando o seguinte lema: “Abaixo ao mensalão, queremos bandejão”. Foi assim que os estudantes chegaram ao Conselho Universitário (Consuni) do dia 11 agosto, e foram sutilmente repreendidos pelo magnífico reitor, Aloíso Teixeira, que os acalmou alegando que aquele tipo de comportamento desrespeitava os membros do conselho e, por sua vez, descaracterizava a verdadeira essência da reunião. A principal discussão foi a resolução – composta de 4 itens e nove subitens – elaborada para resolver os problemas da Escola de Comunicação (ECO).
No dia 15 de junho cerca de 50 alunos dos cursos de graduação da unidade ocuparam o gabinete da direção, exigindo melhorias gerais. O ato, organizado pelo Centro Acadêmico da Escola (CAECO) e pelo DCE Mário Prata, contou com a presença do Pró-Reitor de Graduação (PR-1) da UFRJ, Profº José Roberto Meyer, conforme o pedido dos estudantes.
Essa invasão foi só o estopim do protesto, já que os graduandos da escola estão exigindo, agora, o afastamento do diretor, o professor José Amaral Argolo, a formação de um projeto pedagógico com a participação de professores, estudantes e funcionários; e providencias contra a atitude do diretor, que, por ter tido seu gabinete invadido, prestou queixa criminal na 10ª Delegacia de Polícia de Botafogo.
Com relação ao afastamento do Professor, o conselho não foi favorável. O Pró-reitor de graduação, o professor José Roberto Meyer, alegou não ser só culpa de Argolo os problemas enfrentados pela escola. “Tudo que está acontecendo na ECO, vem de muito tempo, e se agravou nessa gestão. Portanto, não é justo atribuir-lhe toda a responsabilidade” – disse.
Além disso, o conselho incluiu no item n°2 da resolução – que declara incompatível com o éthos universitário a conduta de dirigentes que encaminham para esfera da autoridade policial a arbitragem de conflitos próprios da vida acadêmica, especialmente daqueles que culminam com formas de participação típicas da atuação estudantil organizada e responsável – a proibição não só dos dirigente, como de qualquer um do corpo social da universidade que pratique esse tipo de atitude.
As reivindicações vieram também de outras partes. Os alunos da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC) protestaram contra o sucateamento e a falta de salas aula, assim como os da Escola de Belas Artes (EBA), que reivindicaram melhorias nos ateliês.
Durante o conselho se discutiu e aprovou, também, a concessão do título de doutor Honoris Causa ao professor Francisco Oliveira.