Categorias
Memória

Camerata Rio de Janeiro estréia nesta sexta-feira

mulher mto chata

Um novo grupo camerístico faz sua estréia no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ, nesta sexta-feira, dia 12, às 18h:30m. Trata-se da Camerata Rio de Janeiro, formada por 24 jovens entre 18 e 24 anos – quase todos alunos do Departamento de Música de Câmara da Escola, e alguns da UNI-Rio – e que se propõem não só a executar um repertório onde a música brasileira é o grande destaque, como ter também como instrumentos-solistas aqueles pouco comuns de se ouvir numa orquestra. As platéias não têm por hábito apreciá-los com a mesma freqüência, o que torna a iniciativa uma boa oportunidade para tal.
A regência da Camerata Rio de Janeiro estará a cargo do maestro Wendell Kettle, pós-graduando em Regência da Escola. A coordenação artística da Camerata é de Paulo Santoro, violoncelista e professor da Escola, e o recital faz parte da série Câmera Master que, desde 2001, se apresenta todos os meses na Escola.
Desta vez, este repertório de compositores brasileiros inclui quatro peças de músicos contemporâneos que, sem dúvida, haverão de despertar o interesse das platéias. A começar por aquela que abre o programa, “Mourão”, de Gerra-Peixe (1914-1993), composta em 1989. O compositor é considerado um dos mestres do nacionalismo brasileiro e profundo conhecedor do nosso folclore.
“Concerto para vibrafone e orquestra”, de Ney Rosauro (1952), que vem em seguida, traz como solista a aluna Ana Letícia Barros. A composição está datada de 1996 e será executada pela primeira vez para uma platéia carioca. Rosauro, nascido no Rio de Janeiro, fez especialização em percussão e pedagogia musical na Alemanha, e doutorado nos Estados Unidos, em 1992, com o prof. Fred Wickestrom. Há quatro anos dirige o Centro de Estudos de Percussão da Universidade de Miami (Flórida).
A expectativa do programa, no entanto, é sem dúvida, “Corumbá”, a terceira das peças executadas, de autoria do mato-grossense João Guilherme Ripper (1959), e que faz aqui a sua estréia mundial. Ela é recentíssima, pois foi composta em 2004. Formado em Composição pela Escola de Música, onde foi aluno de Henrique Morelenbaum e Ronaldo Miranda, Ripper hoje dá ali aulas de Composição, Análise Musical e Harmonia. Ele dirigiu a Escola de 1999 a 2003 e, há três anos, montou a Orquestra de Câmara do Pantanal. Atualmente é responsável pela Sala Cecília Meireles, no Rio. Ao que tudo leva a crer, levando em conta o aspecto extremamente regional que o compositor sempre impôs a seu trabalho, “Corumbá” também fará jus a esta tradição. Valerá a apreciação do ouvinte.

“Concertino para harpa – L’ harpe enchantée”, de Ernst Mahle (1929), com a aluna Rafaela Lopes como solista, é a quarta peça do programa. Mahle, nascido em Stuttgart (Alemanha), veio para o Brasil em 1951 e 11 anos mais tarde, naturalizou-se brasileiro. Esta peça foi por ele dedicada à harpista Cristina Braga. Mahle foi aluno do francês Olivier Messiaen e de Hans Joachin Köellreutter, alemão que viveu na Bahia e influenciou toda uma geração de compositores baianos na música popular, entre os quais, Caetano Veloso.

“Três cantos de amor e paz – para coro e orquestra de câmara”, de Edino Krieger (1928), que tem a participação do Coral Brasil Ensemble, dirigido pela profa. Maria José Chevitarese, finaliza o programa. Krieger, catarinense de Brusque, estudou harmonia, contraponto, fuga e composição com o mesmo Köellreutter. Viajou em 1948 para os Estados Unidos, onde estudou na Julliard School e foi aluno do compositor Aaron Copland. No Brasil foi diretor da Rádio MEC, Teatro Municipal e, mais recentemente, Sala Cecília Meireles.

Sobre os alunos-solistas – Ana Letícia Barros, 24 anos, cursa o último ano de Licenciatura em Música na UNI-Rio, e desde 1999 é percussionista da OSB-Jovem. Já atuou como solista-convidada nas Orquestras Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Sinfônica Nacional e na Petrobrás Pró-Música. Rafaela Lopes, 18 anos, iniciou seus estudos em harpa na Escola de Música da UFRJ, em 1992 e, no momento, está cursando o 1º ano do Bacharelado deste instrumento com a Prof.ª Wanda Eichbauer. O jovem regente Wendell Kettle é bacharel em Música, com habilitação em Composição e Regência, pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista/Unesp, tendo ali estudado com os maestros Samuel Kerr, Jorge Salim Filho e Ronaldo Bologna. Atualmente é aluno de mestrado em Regência na Escola de Música.

Programa

– César Guerra-Peixe – “Mourão”.

– Ney Rosauro – “Concerto para vibrafone e orquestra”
Solista: Ana Letícia Barros (vibrafone).

– João Guilherme Ripper – “Corumbá”.

– Ernst Mahle – “Concertino para harpa – L’harpe enchantée”
Solista: Rafaela Lopes (harpa).

– Edino Krieger – “Três cantos de amor e paz” – para coro e orquestra de câmara
Coral Brasil Ensemble. Direção: Maria José Chevitarese.

Camerata Rio de Janeiro. Regência: Wendell Kettle.

O Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ fica na rua do Passeio, 98/ Centro. Tel.: 2240—1391/2240-1491. A entrada é gratuita e não serão distribuídas senhas.

OS MÚSICOS DA CAMERATA RIO DE JANEIRO

Violinos I
– João Carlos Ferreira (spalla)
– Dhiego Lima
– Taís Soares
– Fernando Campos

Violinos II
– Kelly Davis
– Leonardo Fantini
– Frida Maurine
– Ricardo Coimbra

Violas
– Daniel Prazeres
– Bernardo Fantini
– Luis Fernando Audi

Violoncelos
– João Bustamante
– Paulo Santoro

Contrabaixo
– Cláudio Alves

Flautas
– Sofia Ceccato
– Ruben Schuenck

Oboé
– Victor Astorga

Clarinete
– Lidiane Santiago

Fagote
– André Januário

Trompas
– Tatiana Segalote
– Genilson Marques

Percussão
– Ana Letícia Barros
– Leonardo Sousa

Harpa
– Rafaela Lopes